segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Reflexões de um fim de semana, um tanto quanto perturbado....

Tenho tido finais de semana um tanto confusos. Brigas, intrigas, ciúmes. Um verdadeiro Deus-me-acuda. Porém, quando acho que tudo vai se acertar, algo ocorre e deixam minhas segundas ainda mais reflexivas e indefiníveis.

Beber é bom, encher a cara é ótimo, mas ultrapassar limites é péssimo. Sei muito bem disso há anos, mas sempre insisto em tentar reverter à teoria, na esperança de que um dia tudo mude, e que os limites tenham sido feitos para serem ultrapassados. Ledo engano, claro, já que a palavra limite já se justifica sem nem precisar chegar direto aos fatos com a minha insistente ação.

Memória. Pensava que essa palavrinha ingrata que já me dá tanto trabalho no dia a dia fazendo com que eu tenha que anotar absolutamente tudo em papeizinhos espalhados pelo quarto para não esquecer o que devo fazer, mesmo que esqueça aonde os deixei, me desse dor de cabeça o suficiente. Pois a ovelha negra dessa família, a Amnésia Alcoólica é ainda mais insistente e inoportuna. Depois de alguns exagerados goles de vinho, caipirosca e um grande toque de catuaba ela dá o ar da sua graça. Penso seriamente em andar com post-it na balada e escrever cada passo e grudá-los em algum lugar em que posso ver tudo o que fiz naquela noite no dia seguinte. Isso se eu lembrar de anotar. Deve estar pensando, não seria mais fácil maneirar, beber menos, impor limites de vez, tomar juízo oras bolas. Pois é, sempre acho que essa é a melhor solução, juro que toda vez que saio de casa antes da balada deixo isso bem claro para mim mesma: Flávia, hoje vamos maneirar, pelo menos um dia, ou melhor, pelo menos uma noite lembre-se de tudo! Mas outra palavrinha que também insiste em me perseguir e é ainda mais forte e acaba vencendo o coitado do limite, é a impulsividade. Aí quando vou ver, já não vejo nada.

Deve estar achando que sou uma bêbada, louca e irresponsável. Pois sou pior, porque antes conseguia fazer com que esses impulsos se refletissem só a mim, ou pelo menos pensava que só refletissem em mim, mas tenho feito alguns estragos na reflexão de outras pessoas. Pode parecer meio dramático, exagerado. Mas juro que não saio de casa pensando: vou colocar uma pulguinha na orelha de alguém hoje, a vou! é sério, jamais pensei isso. Confesso que já quis me testar diversas vezes, mas sempre eram questionamentos voltados para minha pessoa, se atingia alguém, aí já eram outros quinhentos, pois sempre tive aquela justificativa infalível, já sofri tanto, quero somente curtir a vida. Mas curtir com a vida de outros é que o bicho pega. Quando você se cura dos sofrimentos, ou esquece o quanto já sofreu, que os porres para aniquilar suas frustrações já não se justificam, parece que tudo fica ainda mais pesado, porque não tem motivos para aquilo. Não precisa beber tanto para esquecer, a rotina do sofrimento já se foi, já pode se libertar disso. Só que sua consciência, ou pelo menos a minha é um tanto lerda para absorver essa informação. Ela não percebeu ainda que já posso me divertir por mim mesma, e não porque quero esquecer alguém, ou um passado.

Parece tudo meio confuso, mas cheguei naquela fase da página virada sabe? Estou prestes a virá-la de vez, curtir de forma diferente, sair de forma diferente, paquerar de forma diferente, me apaixonar de forma diferente. Não preciso que apareça alguém para esquecer outro alguém, pois já esqueci. Deveria estar contente, soltar fogos de artifício, mas ainda me martirizo por não precisar disso. É estranho, mas acho que não sou só eu, mas nós seres humanos temos uma patologia muito grave: o costume da infelicidade. As coisas só podem ficar boas se você esquecer o que aconteceu, seja com alguém, seja com um trabalho ou com algum sentido para sua vida e não com a superação. Estamos acostumados a precisar de algo, e não apenas curtir por si só.

Sei que não cometi nenhum crime, mas ainda me sinto mal por não poder lembrar de uma balada inteira, mais especificamente a de sábado passado. E o que é pior, não ter tido alguém (minhas fiéis escudeiras) do meu lado para refrescar minha memória. Se chateei alguém com alguma atitude infundada, ou cometi algum engano, peço-lhe desculpas, mas saiba que me sinto ainda pior por não poder nem ao menos me sentir feliz por lembrar de você...

Um comentário:

Papillon disse...

Uou, é dificil assumir erros, mas o maior acerto e ve-los...Saber que existem e ter consciencia disso...Fiquei feliz pelas palavras, vc é uma pessoa inteligente, amorosa, de coração otimo, mas nem sempre deixa as pessoas verem esse seu lado mais verdadeiro...demosntra sempre o mulherão avassalador, fogo!!que é seu faz parte de vc!!Mas vc é mto mais que isso!!!!
Cagadas e porres sempre teremos alguns na historia, basta a gente saber até qdo eles vão pertencer a nossa vida ou não... tenho certeza que vc vai encontrar sua memória e seu limite pra vida, nada tem que ser tão intenso ou tão frio... temos q encontrar o meio termo para q qdo aconteça algo intenso saberemos reconhecer....assim como o frio... não precisamos ultrapassar limites qdo já sabemos onde ele dá... a vida é feita de superações para o crescimento...e vc sabe disso!!!!!

te adoro flor em chamas!!!!
bjao Fefe