quinta-feira, 28 de maio de 2009

Socorro

Socorro não estou sentindo nada...

Período sem sentimentos, sem imaginação. A comodidade como fuga fere, irrita, consome.

Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir...

Bombardeio de confusões. Momentos sem sentidos, desconexos. O universo não conspira a favor, o caminho está distante, a trilha que guia, vai para o precipício.

Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me entregue suas penas...

Súplicas de nada adiantam, a rotina parece o conforto em um momento tortuoso e real demais. O sol é somente o sol, a chuva são gotas que caem e molham.

Já não sinto amor, nem dor, já não sinto nada...

Olhares para o fim, sem saber que o começo está distante.

Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate, nem apanha...

Quem quer que passe, por ironia do destino, desaparece, com tamanha facilidade que assusta até mesmo os sentidos. Quem é? Por que se foi?

Por favor, uma emoção pequena
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta...

Em algum lugar espera. Espera que os ressentimentos se tornem esperança, que a mágoa se torne alegria, e que a angústia se torne Vida.

Em tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...

Reverta tristeza em orgulho. Que o sangue corra nas veias e se faça sentir o seu pulsar. Que o coração bata e seja perceptível a luta. Não haja mais não, não haja mais nunca.

Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada
Socorro, eu já não sinto nada, nada

Quero, posso, preciso, consigo, sinto, mereço, valorizo. VIVO!

Depois de um momento de auto-exclusão sinto a necessidade, novamente, de expor, de soltar palavras e não para julgamentos ou piedade, mas para soltar palavras que presas, suplicam por liberdade !

Viva La Vida ...